sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Trechos pensativos II

"Ah, eu vivi para ver algumas coisas surpreendentes. Outro século que passou, mas eu tenho... aliás, eu tive que ver meus amigos e entes queridos morrerem ao longo dos anos... minha esposa... meu menino. E você... você vai morrer também, e minha maldição é saber que eu vou estar lá para ver. É o meu tormento, é meu castigo, por deixar alguém como ele morrer; por matá-lo. Você vai partir como todos os outros. E eu vou ter que ficar. Mas eu vou morrer um dia, disso eu tenho certeza. Não tenho ilusões de imortalidade, mas vou querer a morte... muito antes da morte me encontrar. Na verdade, eu a quero já."

Frases-verdade do mundo da propaganda

Quando alguém diz que vai "partir para novos desafios" ele acaba de ser demitido.

Quando alguém fala em "alinhar primeiro com a equipe" está dizendo NÃO à prazo.

Quando alguém vem "te propor um desafio" prepare o lombo para trabalhar feito um burro.

Quando alguém vem "trocar uma idéia com você" é porque a dele é bem fraquinha.

Quando alguém vem "dividir algo com você" é para vc resolver o que ele não conseguiu.

Quando alguém fala em "propor uma parceria" é porque não tem grana pra te pagar.

Todas twitadas pelo @Marcello_Serpa

Arte com uma pistola de pregos

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Baseado em fatos reais

Era uma vez um anúncio de varejo. Ele vivia em uma cidade com outros anúncios institucionais e premiados. Todos se gabavam de seus layouts ousados, seus títulos engraçados ou de seus slogans memoráveis. Mas ele, tadinho, era só um anúncio de varejo cheio de “gerentes pirados” e “preços imbatíveis”. Os outros anúncios viviam caçoando dele: “Pra quê tanto texto legal? Afinal, o que é que ele tem de legal?” E todos riam debochando de seus splashes e cores berrantes.

Na escola, o anúncio de varejo era o último a ser escolhido no time de futebol, o único que ainda levava lancheira pro intervalo e sempre sobrava nos trabalhos em grupo. Todos os anúncios andavam juntos, em campanhas: os all types com títulos maravilhosos, os anúncios com tratamentos de imagem incríveis, os que faziam rir e os que faziam chorar. Todos tinham uma sacada genial e eram ótimos em português, artes e educação física. Todos, menos o anúncio de varejo.

Ele tinha tudo para ser problemático, virar um depressivo, alcoólatra ou psicopata, mas não. O anúncio de varejo seguiu a sua vida berrando para alguém vir correndo aproveitar a queima de estoque: “É só até este fim de semana!!!”, gritava ele há umas três semanas. Porque era isso o que ele era, um anúncio de VA-RE-JO. Escandaloso, repetitivo e com a marca quase no tamanho do produto. O anúncio de varejo nunca ganhou um prêmio, nunca conheceu Cannes e nem teve ninguém brigando para assumir sua paternidade.
Com o tempo, ele aceitou que seu lugar era nos classificados do jornal e não na contra capa da revista, e foi só aí que ele entendeu por que foi criado. O anúncio de varejo cresceu, foi pra faculdade, se formou e nunca deixou de ser o que era. E sabem de uma coisa? Ele é sempre chamado para todos os encontros da turma do colégio, mesmo que seja apenas para pagar a conta.


Priscila Midori - redatora carioca
texto original aqui

Adobe Photoshop Cook

Este vídeo é perfeito para mim e para o resto da minha turma da confraria da cozinha, que aliás senhores, comunico que será em minha casa no sábado após esse, dia 6 de março.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sair do armário

Tava pensando hoje nas coisas que andam me desagradando e mesmo assim não consegui justificar minha imensa insatisfação com minha vida laboral mesmo sabendo que estou melhor que 90% da população. Achei até mesquinho da minha parte visto que ganho satisfatoriamente e tenho um trabalho relativamente gratificante. Mas foi aí, nesta segurança, neste mundo fácil, dócil e seguro que passei a lamentar minha situação desesperadora de não me satisfazer com essa fase e de lutar todos os dias para que de alguma o sistema, ainda que dominante em minhas iniciativas, mude...de alguma forma, por favor, mude.

Infelizmente não posso deixar de ganhar algum por mês, e também não consigo investir porque este algum é insuficiente para começar algo relevante e me pego pensando neste ciclo preso ao sistema e que preciso fazer alguma coisa contra ele. Justo eu, ex-petista (e enganado), reacionário e cheio de projetos, me vejo numa situação que estou engajado num sistema de facilidades, concomitantes com meu magro e insatisfatório sucesso. É patético, eu sei. Mas você deve sentir o mesmo. Você deve estar preso aí, numa cadeira, cheio de projetos, cheio de esperanças de ser melhor, de ter relevância e tudo que vem até você é outro trabalho medíocre sem nenhum sentido aparente que as pessoas julgam como gosto ou não gosto, sem nenhuma satisfação técnica adicional. Mesmo assim estamos presos. Sabe como aqueles travestis que vivem dizendo que são mulheres que estão presas num corpo de homem? Então, é mais ou menos isso. Somos todos travestis presos nestes corpos de funcionários benevolentes, assíduos e preocupados quando justamente as pessoas que deveriam nos estimular esquecem-se de detalhes que poderiam nos devolver o mínimo de ânimo em cada ação ou decisão tomada. Mas não, isso não é feito. E por muito tempo não consegui sair disto, ir pra longe, mudar...Me senti ridículo por isso. Não há justificativas. Mas eu me senti ridículo. Isso aconteceu alguma vez com você? É, comigo sim. E pretendo fazer algo a respeito. Algo radical. Algo específico e com fundamento. Algo bom pra mim. Finalmente sei que devo fazer algo menos sensato financeiramente e melhor para mim mesmo. E eu farei. Façam vocês também. Sem medos. Ou com medos, como eu. Mas façam de uma vez por todas. Ou nada mudará. Muito menos eu ou vocês.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Trechos pensativos

Estes dois minitextos são trechos do mesmo filme. De vez em quando eu faço isso. Tiro frases inteiras de filmes, de livros e de músicas. São coisas que de alguma forma me refletem. Mudo pequenas coisas lógico mas se mesmo assim alguém adivinhar sem pesquisar, não ganha absolutamente nada, mas vai entender um pouco melhor o texto ou quem sabe a si mesmo.

"Eu sempre tinha ouvido que sua vida inteira passa rapidamente na frente de seus olhos no segundo antes de morrer. Primeiro de tudo, que este segundo não é apenas um segundo, ele se estende para sempre, como num oceano de tempo... Para mim, foi ficar pensando em mim deitado de costas vendo estrelas cadentes... Ou nas folhas das árvores que caíram no chão da fazenda... Ou nas mãos da minha avó e como sua pele parecia de papel... E na primeira vez que vi o opalão o meu pai... Eu acho que poderia estar bastante chateado com o que aconteceu comgo... Mas é difícil ficar bravo quando há tanta beleza no mundo. Às vezes sinto como se estivesse vendo tudo de uma vez, e é demais, meu coração se enche como um balão que está prestes a estourar... E então eu me lembro de relaxar, e parar de tentar agarrá-lo, e então ele flui através de mim como chuva e não consigo sentir nada senão gratidão por cada momento da minha pequena vida estúpida... Você não tem idéia do que estou falando, eu tenho certeza. Mas não se preocupe... Você vai ter um dia."


"Foi um daqueles dias em há uma eletricidade no ar que você quase pode ouvir. E tinha uma sacola dançando pra mim. Era como uma criança me pedindo para jogar com ela. Foram quinze minutos. Foi nesse dia que descobri que existe uma vida inteira atrás de todas as coisas, e esta força extremamente benevolente queria que eu soubesse que não havia razão para ter medo, nunca. É uma péssima desculpa, eu sei. Mas me ajuda a lembrar... E eu preciso lembrar... Algumas vezes há tanta beleza no mundo que eu sinto que não posso aguentar e então meu coração parece encolher."

VOCÊ TEM SUV?

SÃO PAULO (eu não) – Tem, filhote? Santa Fé, Tucson, Prado, Sportage, essas coisas enormes, monstruosas, que os americanos adoram e agora não sabem o que fazer com elas, porque gastam muito, ocupam muito espaço e etc e tal? Pois, no fundo, você tem mesmo é uma Rural. A primeira SUV, mas na verdade só com o U de utilitário, porque esse negócio de Sport Utility não cola, ou é utilitário, ou é esportivo. Ou um, ou outro. Os dois, não dá. Ou carrega cebola, que é útil, ou faz trilha, que é esporte. Mas não conheço ninguém que carrega cebola numa Tucson, muito menos que faz trilha.

SUVs são uma invenção dos marqueteiros da indústria automobilística. É difícil definir que tipo de veículo são de verdade. Não são vans, para transporte de muita gente; não são jipes, despojados e lameiros; não são peruas na acepção da palavra. Sei lá o que é uma, ou um, SUV. Mas caíram no gosto dos brasileiros, principalmente porque com os coreanos, dá para pagar o carnê. São veículos grandes, beberrões, desajeitados, custosos para produzir, gastam muito aço e plástico, uma péssima ideia para grandes cidades, não cabem nas vagas dos prédios, mas enfim… Cada um se exibe do jeito que quiser.

A Rural, se você olhar direito, é o que hoje se chama de SUV. Podia ser usada na cidade e no campo. Mas nasceu para ser utilitário, mesmo, sem luxos, com boa capacidade de carga e de gente. É tema da materinha que fiz nesta semana para o “Limite” da ESPN Brasil, e está neste link aqui. Gravei em Guarulhos, na loja do seu Paulo, uma simpatia. A que aparece no programa é vermelha e branca como essa aí da ilustração. Mas é uma Rural da era Ford, quando a Willys já tinha sido vendida. Carro muito bacana.

Autor: Flavio Gomes
http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/2009/11/04/voce-tem-suv/comment-page-4/

Li isso no blog do Mario Bortolotto e em menor escala (já que não tomamos 4 tiros) deve valer pra gente tb. Pra quem quiser ler mais coisas dele: http://atirenodramaturgo.zip.net/


NÃO É A VIDA QUE EU QUERO TER - É A VIDA QUE EU POSSO TER

Meu amigo Fábio Brum acabou de me ligar me convidando pra beber. Bem que eu queria, mas simplesmente não posso. Tenho fisioterapia às 8 da manhã, ensaio de uma peça às 11 e de outra peça às 15h. Deve ir até às 21h. E isso com a porra das dores o tempo inteiro. Saudades dos anos que já foram. Já é um outro tempo, e a culpa é toda minha. E isso não é uma reclamação. É uma constatação. É com uma puta frieza que reconheço isso. Boa noite pra vocês.

Perder a família

Perder a família obriga-nos a encontrar nossa família.
Nem sempre a família que é o nosso sangue, mas a família que pode se tornar nosso sangue.
E não deveríamos ter a sabedoria para abrir nossas portas a esta nova família e descobrir os desejos que temos para o pai, que nos guiou uma vez e para o irmão que nos inspirou uma vez ou para a mãe, que nos amou uma vez.

Senão, a única coisa que realmente no restará a dizer é: Quem me dera ter visto isso, ou eu desejaria ter feito aquilo, ou apenas, eu desejaria.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pagão de carteirinha

Porque não posso ser pagão? Porque descrer é algo ruim? Oras, consta no manual do religioso seja ele de final de semana ou não que se deve amar ao próximo, certo? Aliás, as pessoas não querem pensar sobre suas crenças, não querem discutir o assunto, geralmente é demais para elas, é inaceitável . E se você parar para pensar (se ainda não parou de ler o texto) se vai a igreja deve ser no mínimo hipócrita. Você só não é se segue os 10 mandamentos e os preceitos escritos na bíblia à risca, caso contrário meu amigo ou amiga, é sim ou é um manipulador. Seria o mesmo que ir ao estádio e sentar na torcida adversária, ou que seguir as leis que você quer. Chegar a ser engraçado de tão óbvio. Mas se ainda não é o suficiente, digo mais...Ter uma religião em particular é implicar que todas as outras existentes estão erradas, porque deus é único, onipotente, bla bla bla, e logo haverá divergências religiosas, e logo, mais cedo ou mais tarde haverá guerras santas, senão entre nós, então entre nossos líderes. E não tem em nenhum lugar escrito explicitamente que se deve matar em nome de deus, tem? Ah, nem a mim, ok!? Se você for mulher, então piorou. Mulher não tem vez na bíblia. Bom, tem sim, mas como vassala do homem, não há igualdade entre homens e mulheres, se você nasceu mulher, nasceu para servir ao homem e olha que toda essa histeria começou com uma mulher que foi engravidada, sem ser tocada diga-se de passagem, por um ser alienígena (a definição correta da palavra é estrangeiro, estranho ou desconhecido). E depois o filho dela passou a escutar vozes superiores que diziam a ele o que fazer. Parece coisa de doido não? Já imaginou se todo mundo ouvisse vozes? Bom, não é bem assim, tem alguns poucos com essa capacidade diz o livro. Mas a história é essa aí mesma. Só que racionalizada, sem fantasia, sem nomes bonitos, sem enfeites e principalmente sem pré-conceitos estabelecidos por outras pessoas. E mesmo assim não sou contra a deus e nem mesmo contra os religiosos, só quero minha liberdade de não crer ou de crer no nada. A religião pra mim existe como os livros de auto-ajuda. Você sabe o que deve ser feito, como tratar seu próximo, como ser legal, como ser bom, mas precisa de alguém pra te falar tudo isso. Precisa de alguém uniformizado pra simbolizar o guia. E com a farda apropriada e um discurso incentivador e amoroso é possível ajudar. E eles ajudam. É necessário. A vida é dura e curta. A gente sofre, perde pessoas inexplicavelmente e quando percebe, tem 70 anos e um corpo falho que mal se lembra da sombra daquilo que um dia foi e aí você precisa ser egoísta e acreditar que vai viver pra sempre. E se a gente vai viver pra sempre porque estamos aqui perdendo tempo? Porque não morremos logo para aproveitar tudo isso? Alguns pensam assim e morrem ou simplesmente não evitam morrer. Mas prefiro não pensar na morte e me concentrar na vida. Nesta única vida que tenho e que não terei mais. Já pensei muito na morte e no dia que deixarei de existir e tudo o que consegui com isso foi aflição, aperto no peito, foi vontade de querer fazer tudo rapidamente, de querer amar minha mulher, de ter meus futuros filhos e de beijar e abraçar minha família e meus amigos. Mas pelo menos eu não fui egoísta. E nem preconceituoso. Eu aceito seu deus, mas defendo meu ponto de vista de que talvez, eu disse talvez, não exista um. Porque você não pode aceitar a mim?

Ao infinito e além...

Criei este espaço para viajar, sem saber pra onde e nem como. Quer uma carona?